quarta-feira, 2 de setembro de 2009

NOVA OCUPAÇÃO EM BREJO DOS CRIOULOS

Cerca de 150 famílias quilombolas de Brejo dos Crioulos e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra - MST ocuparam, no dia 04 de julho, a Fazenda São Miguel no Território Quilombola Brejo dos Crioulos.
No dia 20 de agosto de 2009 foram por ordem judicial despejadas. Sem as terras, ocuparam nesta noite a Fazenda de José Maria, no mesmo território.
O território Brejo dos Crioulos de 17302 hectares está localizado nos municípios de São João da Ponte, Varzelândia e Verdelândia. Há mais de 10 anos, 500 famílias remanescentes de quilombo, lutam pela conquista deste território. Luta esta estagnada na morosidade do governo Lula, através do INCRA e MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), em titular o território para os quilombolas, evitando assim o conflito e diminuindo o problema social causado pela concentração das terras. Este território já tem o laudo antropológico, está delimitado com seu memorial descritivo, tem o levantamento das famílias remanescentes de quilombo, tem o levantamento de todas as propriedades dentro do território. Dos 17302 hectares do território para 500 famílias, em torno de 14000 hectares estão nas mãos de oito grandes proprietários. Esta é uma região de muita pobreza onde estas famílias não têm a terra para trabalhar e vivem na miséria e na exploração dos trabalhos oferecidos longe da região, para poderem sustentar seus filhos. A ocupação ocorre como forma de querer do governo agilização e solução na retirada dos fazendeiros do território e como forma de poderem trabalhar e produzir para o sustento das famílias.
A seqüência de despejos já ocorridos na área mostra que a vara de conflitos agrários, trata a situação como ocupação de sem terras e observando simplesmente a lei da propriedade privada, sem observar a lei que trata da função social da terra. Não cabe discussão sobre produtividade aqui. Este é um território quilombola e o que deve predominar é a função social da terra. E só cego não percebe que a função social é pagar a dívida que o Estado tem para com os negros.
Evangelho (Mc 7,1-8.14-15.21-23) Naquele tempo, os fariseus e alguns mestres da lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras. Os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos e seguem muitos outros costumes e normas. Os fariseus e os mestres da lei perguntaram a Jesus Por que seus discípulos (povo pobre) não seguem as normas? E Jesus: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”. Em seguida Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai, todos, e compreendei: o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Pois é de dentro do coração do humano que saem as más intenções. imoralidades, roubos assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”.
Comunidade Quilombola Brejo dos Crioulos
MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais sem terra
Comissão Pastoral da Terra

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