A Secretaria de Estado de Saúde, através da Gerência Regional de Saúde de Montes Claros, promove, de 04 a 06 de novembro, treinamento das maternidades integrantes do Projeto Nascer, com objetivo de atualizar o conhecimento acerca do projeto que tem como principal objetivo evitar a transmissão da aids e da sífilis da mãe para o filho durante a gestação. As oficinas acontecem de 8h às 18h, no auditório Mário Ribeiro, prédio 06 da Unimontes.
Participam do curso, ginecologistas, obstetras, pediatras e enfermeiros das maternidades dos municípios das gerências regionais de saúde de Montes Claros, Januária e Pirapora.
“A metodologia do curso é bastante didática e o material disponibilizado é muito rico e vai ajudar o profissional no trabalho diário. A meta é promover um estudo de acordo com a realidade de cada região, buscando cooperação e solução dos problemas, de forma culturalmente compatível”, explica o infectologista e professor, Huberth Caldeira.
Segundo o médico, um ponto importante da oficina é preparar os profissionais para trabalhar com suas pacientes a necessidade de evitar o aleitamento cruzado, conhecido como ‘mãe de leite’, já que o vírus HIV pode ser transmitido para o bebê através do leite materno.
Durante o curso, serão debatidas as recomendações para quimioprofilaxia vertical do HIV, terapia antiretroviral e todos os cuidados com a gestante HIV positiva e o recém-nascido exposto ao HIV.
“Essa capacitação é fundamental para os profissionais que lidam diretamente com o paciente HIV. Muitas maternidades funcionam há mais de 40 anos e essa troca de conhecimento é uma estímulo, um avanço, mostra que é preciso inovar, buscar qualificação sempre para garantir um melhor atendimento ao usuário”, argumenta Marica Rovena, referência da coordenação estadual de DST/Aids.
Projeto Nascer
Lançado em 2002 pelo programa Nacional de DST/Aids, o projeto Nascer tem como objetivo reduzir a transmissão vertical do HIV no País. As maternidades cadastradas no programa recebem a fórmula infantil para o recém-nascido exposto ao HIV, os testes rápidos, para as gestantes não testadas no terceiro trimestre de gestação e as que não passaram por nenhum teste de sorologia durante a gravidez, e antirretovirais como AZT injetável para gestante e AZT xarope para recém-nascidos.
Segundo Tássia Lopardi Pereira, referência do Programa estadual de DST/Aids, Minas Gerais possui 89 maternidades cadastradas no Projeto, nove delas na jurisdição da GRS-MOC. “As maternidades estão localizadas em municípios considerados prioritários e que atendem mais de 500 partos por ano”, explica.
No Norte de Minas, são 16 maternidades cadastradas no projeto e previsão de integração de mais nove instituições até o final do ano.
Pelos dados apresentados pela técnica, de acordo com o Ministério da Saúde, em Minas Gerais, por ano, são registradas 284.558 gestantes, sendo 1.528 HIV+, uma prevalência de HIV de 0,537%. Na jurisdição da GRS-MOC, no período de 2008 a 2009, foram registrados 23 casos de gestantes HIV+.
Programação
Durante as oficinas serão abordados: aconselhamento, triagem diagnóstica e teste rápido diagnóstico, condutas imediatas após o resultado do teste rápido na maternidade e assistência ao recém-nascido exposto ao HIV. Também haverá uma prática orientada sobre o Teste Rápido Diagnóstico e debate sobre o manejo clínico da parturiente e RN HIV+ e VDRL+, vigilância epidemiológica e biossegurança.
Ao final do debate, será elaborada uma proposta de organização do processo para o manejo clínico da parturiente HIV e VDRL positivos e seus recém-nascidos, com apresentação em plenária.
Fonte: Jerusia Arruda/GRS-MOC
Nenhum comentário:
Postar um comentário