sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Fraude no Prouni leva MEC a punir faculdades Santo Agostinho

Pirapora - Fraudes e irregularidades levaram o Ministério da Educação (MEC) a suspender 1.766 bolsas de estudo do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a desvincular 15 instituições de ensino do país. A decisão foi anunciada na última quarta-feira, em resposta a uma investigação em dados dos quase 400 mil estudantes hoje beneficiados pelo ProUni. Minas teve 105 bolsas canceladas e está entre os seis estados com o maior número de suspensões. Quatro faculdades mineiras – duas das Faculdades Santos Agostinho em Pirapora, uma de Governador Valadares e uma de Caratinga – estão na lista das instituições desvinculadas e que estão agora proibidas de oferecer bolsas de estudo pelo programa do governo federal.

Em março deste ano, uma investigação feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) identificou estudantes beneficiados pelo ProUni que tinham carros de luxo. O levantamento feito agora pelo MEC apontou a existência de 1.699 alunos possivelmente proprietários de carros considerados caros para o perfil atendido pelo programa. No cruzamento de dados do ProUni com o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), foi comprovado que 598 tinham problemas e todos tiveram a bolsa cortada. Outros 561 estudantes tinham rendimentos incompatíveis com o perfil socioeconômico do programa. Pela lei, para ter direito ao benefício integral, é preciso comprovar renda familiar, por pessoa, de um salário mínimo e meio (R$ 570). Para a bolsa parcial de 50% da mensalidade, a renda máxima permitida é de dois salários mínimos por pessoa (R$ 1.140).


Universidades

As 15 instituições de ensino desvinculadas do ProUni apresentaram irregularidades na oferta de bolsas. Todas elas ofereciam um número menor de benefícios que o previsto na legislação do programa. A regra diz que as universidades devem oferecer, em média, uma bolsa de estudos integral a cada 10 estudantes pagantes. Em contrapartida, as instituições são isentas do pagamento de uma série de impostos e tributos federais. As faculdades descredenciadas terão agora os seus dados cadastrais encaminhados à Receita Federal e ao Ministério da Fazenda para que sejam obrigadas a ressarcir os cofres públicos pelo prejuízo causado pelo não recolhimento de impostos.

Além das 15 instituições desvinculadas, outras 31 que apresentaram a mesma irregularidade e também foram notificadas pelo MEC aceitaram firmar um Termo de Saneamento de Deficiências (TSD) com o ministério. Elas terão agora um prazo para regularizar a situação e, como punição, terão que aumentar o percentual de bolsas oferecidas, chegando a um mínimo de um quinto do total de vagas. Com isso, o programa teria um acréscimo de 3.350 benefícios em todo o Brasil

Nota de esclarecimento

As Faculdades Santo Agostinho, esclareceu que o Descredenciamento de Instituições junto ao Mec ocorreu de forma voluntária, em razão de informações divulgadas pelo Ministério da Educação (MEC), sobre o descredenciamento de faculdades junto ao Programa Universidade para Todos (Prouni), as Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros esclarecem à comunidade acadêmica e ao público em geral que as informações se tratam das Faculdades Santo Agostinho de Pirapora.
A direção da Instituição informa que todos os acadêmicos da Santo Agostinho de Pirapora já concluíram os seus cursos de graduação e, assim, as Faculdades não têm qualquer bolsa de estudo ou programa, como Prouni ou outros, desde 2008.

O Instituto Superior de Educação Santo Agostinho, de Pirapora, ministraria apenas Licenciatura, e não houve sequer um aluno que teve bolsa ou qualquer outro programa do Mec.

Por estes motivos, as Faculdades Santo Agostinho de Pirapora e o Instituto Superior de Educação Santo Agostinho de Pirapora requereram o descredenciamento voluntário do Mec, em conformidade com a portaria normativa 40, de 12-12-2007. O processo, de número 200801925, teve trâmite perante o Sistema de Informações de Documentos (Sidoc) do Mec.

Divulgação

A veiculação dos nomes dessas duas instituições como “descredenciadas” na lista do Mec se dá, exatamente, em atendimento ao requerimento voluntário das próprias Faculdades Santo Agostinho, por não mais haver demanda de acadêmicos vinculados ao Prouni ou qualquer outro sistema de incentivo do mec.

A direção das Faculdades afirma ainda não haver alteração quanto ao Prouni ou outras formas de financiamento estudantil, exatamente porque não houve pedido voluntário neste sentido. Além disso, a Santo Agostinho, por cumprirem fielmente todas as determinações do Mec, não teriam qualquer motivo para descredenciamento unilateral.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

BR-135, A NOVELA CONTINUA



DNIT já pode autorizar ordem de serviço para asfalto entre Manga e Montalvânia
O deputado federal Humberto Souto (PPS) é, como se sabe, oposição ao governo Lula. O PPS tem pré-compromisso para firmar aliança com o PSDB do governador paulista, José Serra. Detalhe que não o impede de fazer anúncios de obras federais para a região Norte de Minas, que representa no Congresso Nacional. Agora, Souto vem de anunciar que o Ministério dos Transportes já tem mãos os projetos-executivos para mandar asfaltar os 64,9 quilômetros da BR-135 entre as cidades de Manga e Montalvânia, no Norte de Minas.
Foi o que garantiram o diretor-geral e o coordenador-geral de Construção Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot e Luis Munhoz Prosel Júnior, respectivamente, com quem Souto conversou em audiência aqui em Brasília.
Humberto Souto tem um senso de oportunidade que parece faltar aos deputados petistas Virgílio Guimarães (federal) e Paulo Guedes (Estadual), aliados do, estes sim, do governo federal e têm sistematicamente perdido o bonde da obra que nunca vem. “A confirmação de que os projetos estão no Dnit é uma notícia importante, ainda que as chuvas não permitam o início imediato do asfaltamento”, comentou o deputado Humberto Souto. Os dois projetos eram esperados há meses.
A demora, recorda Souto, chegou a irritar o vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva. Em julho, no exercício da Presidência da República, em audiência marcada pelo deputado Humberto Souto, Alencar recebeu representantes das bancadas estadual e federal do Norte de Minas e oito prefeitos interessados nas obras. Durante o encontro, telefonou para o comando do Exército, responsável pela elaboração dos projetos, e para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pedindo antecipação do cronograma federal que previa o início da obra para 2.012. 
É mais um anúncio da obra que é mesmo esperada há muito tempo. Mas as chuvas chegaram à região e a chegada do asfalto deve ser adiada mais uma vez.Talvez explique o fato dos petistas não colocarem a cara na janela para falar do assunto, mesmo que a notícia pareça ser boa. Por enquanto é isto: o Dnit pode mandar começar a obra. Mas será que vai?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Projeto Nascer prepara maternidades para atendimento a gestantes HIV positivo


A Secretaria de Estado de Saúde, através da Gerência Regional de Saúde de Montes Claros, promove, de 04 a 06 de novembro, treinamento das maternidades integrantes do Projeto Nascer, com objetivo de atualizar o conhecimento acerca do projeto que tem como principal objetivo evitar a transmissão da aids e da sífilis da mãe para o filho durante a gestação. As oficinas acontecem de 8h às 18h, no auditório Mário Ribeiro, prédio 06 da Unimontes.

Participam do curso, ginecologistas, obstetras, pediatras e enfermeiros das maternidades dos municípios das gerências regionais de saúde de Montes Claros, Januária e Pirapora.

“A metodologia do curso é bastante didática e o material disponibilizado é muito rico e vai ajudar o profissional no trabalho diário. A meta é promover um estudo de acordo com a realidade de cada região, buscando cooperação e solução dos problemas, de forma culturalmente compatível”, explica o infectologista e professor, Huberth Caldeira.

Segundo o médico, um ponto importante da oficina é preparar os profissionais para trabalhar com suas pacientes a necessidade de evitar o aleitamento cruzado, conhecido como ‘mãe de leite’, já que o vírus HIV pode ser transmitido para o bebê através do leite materno.

Durante o curso, serão debatidas as recomendações para quimioprofilaxia vertical do HIV, terapia antiretroviral e todos os cuidados com a gestante HIV positiva e o recém-nascido exposto ao HIV.

“Essa capacitação é fundamental para os profissionais que lidam diretamente com o paciente HIV. Muitas maternidades funcionam há mais de 40 anos e essa troca de conhecimento é uma estímulo, um avanço, mostra que é preciso inovar, buscar qualificação sempre para garantir um melhor atendimento ao usuário”, argumenta Marica Rovena, referência da coordenação estadual de DST/Aids.


Projeto Nascer

Lançado em 2002 pelo programa Nacional de DST/Aids, o projeto Nascer tem como objetivo reduzir a transmissão vertical do HIV no País. As maternidades cadastradas no programa recebem a fórmula infantil para o recém-nascido exposto ao HIV, os testes rápidos, para as gestantes não testadas no terceiro trimestre de gestação e as que não passaram por nenhum teste de sorologia durante a gravidez, e antirretovirais como AZT injetável para gestante e AZT xarope para recém-nascidos.

Segundo Tássia Lopardi Pereira, referência do Programa estadual de DST/Aids, Minas Gerais possui 89 maternidades cadastradas no Projeto, nove delas na jurisdição da GRS-MOC. “As maternidades estão localizadas em municípios considerados prioritários e que atendem mais de 500 partos por ano”, explica.

No Norte de Minas, são 16 maternidades cadastradas no projeto e previsão de integração de mais nove instituições até o final do ano.

Pelos dados apresentados pela técnica, de acordo com o Ministério da Saúde, em Minas Gerais, por ano, são registradas 284.558 gestantes, sendo 1.528 HIV+, uma prevalência de HIV de 0,537%. Na jurisdição da GRS-MOC, no período de 2008 a 2009, foram registrados 23 casos de gestantes HIV+.


Programação

Durante as oficinas serão abordados: aconselhamento, triagem diagnóstica e teste rápido diagnóstico, condutas imediatas após o resultado do teste rápido na maternidade e assistência ao recém-nascido exposto ao HIV. Também haverá uma prática orientada sobre o Teste Rápido Diagnóstico e debate sobre o manejo clínico da parturiente e RN HIV+ e VDRL+, vigilância epidemiológica e biossegurança.

Ao final do debate, será elaborada uma proposta de organização do processo para o manejo clínico da parturiente HIV e VDRL positivos e seus recém-nascidos, com apresentação em plenária.

Fonte: Jerusia Arruda/GRS-MOC