quarta-feira, 7 de abril de 2010

Agricultores do Norte de Minas terão R$ 15 mi para plantio

Girleno Alencar Jornal Hoje em Dia
MONTES CLAROS – A Petrobras prometeu liberar R$ 15 milhões para agricultores familiares do Norte de Minas fazerem a correção do solo, principalmente para o plantio de mamona e girassol que serão utilizados na produção de biodiesel pela Usina de Montes Claros. No ano passado, a empresa anunciou o benefício, mas não cumpriu a promessa, impedindo que diversos produtores cultivassem os produtos.
Na manhã de terça-feira (6), o gerente de Suprimentos da usina, Nélson Orasmo Filho, afirmou que foram alocados recursos especiais, para que os agricultores possam fazer a análise do solo e aplicar calcário e bora para o plantio das duas culturas. A Usina de Biodiesel de Montes Claros completou na terça-feira 96) um ano e três meses de operação e poderá terminar 2010 com a produção de 84 milhões a 92,4 milhões de litros/ano de biodiesel – a unidade foi construída com capacidade inicial de 57 milhões de litro/ano.
De acordo com o gerente-geral da usina, Júlio Cézar Monteiro Lopes, ela atingiu uma produção acumulada de 53,5 milhões de litros/ano em 2009 e teve sua capacidade ampliada para 108,6 milhões de litros/ano. Ele afirma que não houve necessidade de investimentos, sendo feita somente a revisão do funcionamento dos equipamentos. A unidade gera 143 empregos diretos, segundo Monteiro, e envolve 8.438 famílias de agricultores familiares e uma área plantada de 30.500 hectares.
O gerente diz que a usina de Montes Claros já participou de cinco leilões de comercialização do biodiesel, passando de 1,5 milhão de litros no primeiro para 20 milhões, no segundo, adquiridos pela Petrobras e a Refape, parceria da Petrobrás com a Repsol, únicas firmas credenciadas no Brasil.
A compra de matéria-prima pela usina também tem aumentado, passando de 400 toneladas, na primeira safra, para 11 mil toneladas, na segunda, e 28 mil toneladas na terceira. Os produtos foram adquiridos principalmente em Chapada Gaúcha e no Noroeste de Minas. Na segunda safra, foram adquiridas 6.100 toneladas de soja; 3.100 toneladas de girassol e 1.800 toneladas de mamona. A previsão é a de que, em 2010, sejam compradas 28 mil toneladas de soja, 6.100 toneladas de girassol e 5.600 toneladas de mamona.
Desde que começou a operar, somente a soja de Chapada Gaúcha foi beneficiada na usina de Montes Claros. O restante da matéria-prima foi adquirida em Mato Grosso, Bahia e Triângulo Mineiro. A mamona e girassol comprados no Norte de Minas estão armazenados, aguardando a moagem, mas ainda não há a quantidade mínima para ser esmagados.

Algodão pode ser opção

A gerência da usina estuda a possibilidade de usar algodão transgênico produzido no Norte de Minas como matéria-prima. As negociações estão sendo realizadas com a cooperativa dos produtores da algodão de Catuti. Quanto ao projeto de implantação de usinas esmagadoras para atender pequenos produtores da região, Júlio Cézar Monteiro afirma que a iniciativa foi elaborada por órgãos do Governo, mas que ainda não há nada definido sobre a proposta.

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